Pedro Almeida Vieira | Cidadão
Dies Solis
25/04/2021
DA ODEMIRA, A NOSSA ÍNDIA OU DA VERGONHOSA FORMA DE ALIMENTAR O PÂNICO / O Público, o jornal-fantasma que ainda pensa que está vivo e que faz jornalismo, enviou dois supostos repórteres mais um putativo fotógrafo para retratar “uma vila-fantasma enterrada no pesadelo da covid”…
Pelos deuses, e pelas santinhas! Em Odemira não morre ninguém de covid-19 desde 3 de Março, ou seja, há quase dois meses. Desde o início de Fevereiro morreram duas pessoas…
Os registos que apresento em baixo, e que comprovam o que digo, são da própria Câmara Municipal de Odemira, e podem ser consultados no FB.
Aquilo que se está a criar e a alimentar é a mais sórdida manipulação. Com base num modelo de um suposto epidemiologista-geográfico lançador de búzios, formou-se a ideia de a pandemia estar para durar. Pega-se agora em casos positivos, e num R forjado ao gosto do pretendido, independentemente da doença e da população atingida, e encena-se uma catástrofe oca, para a imprensa alimentar o pânico.
O Governo cria uma task force inútil para tratar Odemira como se fosse o epicentro de uma zona de catástrofe. Pelos deuses! Estamos a falar do maior concelho do país em território, com 1.720 km2, ou seja, 17 vezes Lisboa, apesar de ter menos de 23 mil habitantes.
Vamos lá tentar ser sérios, embora para os jornalistas isso comece a ser pedido indeferido. O Governo deveria sim criar uma task force para recuperar o Serviço Nacional de Saúde e repor a assistência médica atrasada por 12 meses de paragem. Não fazer nada é que anda a matar… já não é a covid-19.
Dies Lunae
26/04/2021
DOS MÉDICOS BONZINHOS QUE ENCHEM MORGUES / João Gouveia, presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos, foi um dos alarmistas paladinos do adiamento de operações programadas para que houvesse sempre disponibilidade de camas de cuidados intensivos (UCI). Durante meses, o país andou suspenso para “salvar” o SNS de esgotar as camas de UCI, nunca se sabendo muito bem qual o seu limite (sei agora quantas são), e com isso suspenderam-se centenas de milhar de cirurgias e 1,3 milhões de consultas de especialidade.
O Doutor João Gouveia não tinha que fazer previsão das mortes (a prazo) que essas medidas de “suspensão” acarretariam, mas não poderia, como fez (e também Gustavo ‘vamos morrer todos’ Carona), censurar os hospitais que não estavam a adiar 80% das cirurgias programadas (conforme noticiava o Público em 17 de Novembro do ano passado).
Os poucos dados que se vão revelando mostram que foram poucos os hospitais que estiveram saturados, tanto na enfermaria como em UCI. Em Novembro e Dezembro quase todos os hospitais estiveram com taxas de ocupação anormalmente baixas sobretudo pelo adiamento de cirurgias programadas. Em Janeiro houve picos de saturação, mas mais devido a problemas logísticos. As ambulâncias em Santa Maria foram uma operação de manipulação. Santa Maria nunca esteve saturado.
Isto tudo porque hoje, no DN, o médico intensivista João Gouveia veio dizer que viu os números e pensou que ia ser uma catástrofe. “E não foi”. Foi, foi, senhor doutor!! Melhor dizendo, não foi: É SIM uma catástrofe um médico com a sua responsabilidade ter alimentado o pânico colectivo e pressionado assim a tomada de decisões políticas erradas e/ou irracionais. As agências funerárias agradeceram o seu contributo.
Dies Martis
27/04/2021
DOS FESTEJOS / Andar o Governo a festejar que não há mortes por covid-19 nos lares de idosos nas últimas duas semanas é como ter festejado em Julho de 2017, um mês após o fogo de Pedrógão Grande, que nas duas semanas anteriores não tinha morrido mais ninguém na trágica Estrada Nacional 236-1 entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
Depois de uma tragédia covid e não-covid nos lares portugueses – e o que sucedeu em Janeiro, nunca inteiramente revelado, terá sido uma tragédia descomunal -, não se deveria poder limpar tão facilmente as responsabilidades. E sobretudo não se poderia achar que o morticínio anterior de idosos não influenciou a actual situação. Nem que a chegada da Primavera não deu preciosa ajuda. Nem que a elevada prevalência da covid-19 nos lares já tinha concedido imunidade natural aos “sobreviventes”.
Não! A Imprensa vai continuar a ajudar a Narrativa. Tudo vai ser visto como o resultado da vacinação. E mete-se uma pedra sobre o passado. Como nos incêndios: os bombeiros e o Governo saem sempre vitoriosos, mesmo quando há colossais erros no combate; mesmo quando é a noite que apaga os fogos. Afinal, nunca nenhum fico deixou de ser extinto. Ou de se extinguir. Até ao próximo.
Dies Mercurii
28/04/2021
DO VIRAGRA OU DAS NOTÍCIAS AMIGAS PARA A AMIGA FARMACÊUTICA / Estou à espera do seguinte título: “Comprimido da Pfizer para tratar o moribundo jornalismo do Público PODE surgir já em 2021… Ou não!”
Ah, e claro, este é que vai ser O medicamento. O ViRagra que vai f@d€r o vírus SARS-COV-2…
DA HOMENAGEM AOS FILHOS QUE NÃO NASCERAM / Viver em sociedade, criar políticas de Saúde Pública, não é apenas salvar a geração de vivos. Sempre senti que o lema do “Todas as vidas contam”, hino dos defensores dos lockdowns e outras medidas extremistas com impacte económico, tinha afinal inerente um egoísmo hipócrita.
Até porque, na verdade, poucos vi, naqueles que defendiam esse lema e essas medidas, preocupações especiais sobre o que se passava nos lares – os antros da mortandade por covid-19. Nunca houve um movimento para obrigar o Governo a revelar, como outros países fizeram, dados sobre os lares.
Se se quisesse ter levado mesmo a sério a máxima de “Todas as vidas contam”, então dever-se-ia pensar nos efeitos daquelas restrições absurdas, e da necessidade imperiosa de melhores apoios, na Natalidade. E isso nunca, nunca foi uma variável em cima da mesa.
Vejo agora as contas do INE sobre o saldo natural e constato que nasceram no ano passado menos 2.294 crianças do que a média dos quatro anos anteriores. Essa redução não é ainda, em larga medida, o reflexo da pandemia (vd. nota final), que deverá ser muitíssimo superior. Mas servem já para uma breve reflexão.
Essas vidas “teóricas” não contam sequer para as estatísticas, porque nem nasceram nem morreram. Mas essas vidas “perdidas”, porque não concretizadas, deveriam ter um valor. Cada uma dessas vidas, se tivesse sido criada, teria 80 anos pela sua frente, com desafios a concretizar, com riscos a viver. Teriam o que nós tivemos e temos.
Sempre poderão dizer que estas vidas poderão ser criadas depois da pandemia. Teoricamente, sim. Mas outras pessoas, outras vidas. Lembrem-se todos que se no mês da vossa concepção vigorasse uma pandemia de medo egoísta como esta que vivemos, talvez os vossos pais tivessem adiado aquele truca-truca. Adeus óvulo e espermatozoide que vos criou. E vocês eram agora apenas como aqueles bebés de 2020… que não nasceram por causa do lema “Todas as vidas contam” levado ao extremo.
Por tudo isto, quando contarem caixões ocupados, contem também os berços vazios.
Nota: Os efeitos da pandemia na Natalidade serão muitíssimo maiores do que os números agora apresentados pelo INE, porque uma parte muito considerável dos nascimentos em 2020 foram de concepções anteriores ao início da pandemia. Os efeitos directos nos nascimentos apenas se fizeram sentir a partir do mês de Dezembro de 2020, e de forma integral depois de Janeiro deste ano.
Dies Jovis
29/04/2021
DA ULHICE COM P / O mesmo Governo que nunca apresentou um relatório sequer sobre a mortalidade-covid nos lares de idosos, deu ordens agora para que o Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO) deixasse de revelar as mortes diárias por suicídio. Assim, como nos lares, mete-se uma pedra no assunto.
Ah, se calhar estou a ser injusto. Vai a ver-se e foi a Dra. Graça Freitas que escorregou e bateu sem querer na tecla que apagou esse dado.
DA TOLICE / A Dona Custódia tem 108 anos. Apanhou SARS-COV-2. Teve tosse. Sobreviveu. Está imunizada.
Deram-lhe depois a vacina.
Chamem um adulto à sala, por favor.
DA PERGUNTA SINGELA / Se se aproveitasse, neste período da Primavera, a vacinação da covid-19 para se dar também uma vacina contra a gripe, e se se observasse depois que, no Verão, não havia surtos gripais, também se iria logo concluir que o baixo número de casos de gripe era devido exclusivamente à vacina?
Dies Veneris
30/04/2021
DAS VIÚVAS DE 1864 / Tive necessidade – direi ainda hoje a razão – para ir mergulhar nos Censos de 1864, os primeiros da História de Portugal.
A principal curiosidade nem é tanto a percepção da elevadíssima mortalidade infantil – que chegava a ser de cerca de 40% no primeiro ano de vida – nem a clssificação dos “varões” e das “fêmeas”.
Na verdade, o mais surpreendente é a existência de 8 viúvas com idades entre os 11 e os 15 anos. Além de 153 casadas e de 31 casados nesta faixa etária…
DO CUIDADO – AFINAL HAVIA OUTRA ANTES DESTAS / Querem ver que a vacina contra aquela doença que aqui no FB não se pode associar à covid-19 (sob risco de penalidade) afinal terá, só por si, um efeito protector contra a covid-19?
Parece que já tinhamos vacina contra a covid-19 há uns bons meses… mas esgotaram e nem todos os idosos e pessoas vulneráveis foram vacinadas. Também não havia grande problema: afinal, a tal doença que não pode ser comparada à covid-19 até parece que desapareceu….
Eis aqui, sobre esta matéria, um artigo científico muito fresquinho – que nunca será noticiado pela nossa imprensa – sobre um estudo ecológico (termo epidemiológico) realizado por sete investigadores norte-americanos. Saiu há seis dias na revista científica Vaccines.
Dies Saturni
01/05/2021
DAS DÚVIDAS OMNIPRESENTES E OMNIPOTENTES DA PALHAÇADA EM ODEMIRA, QUE NEM CIRCO É / Há uma semana, o inenarrável Público ficcionava uma reportagem-choque: “Uma vila-fantasma enterrada no pesadelo da covid”, assinada por dois jornalistas sem vergonha na cara. Não morre ninguém lá de covid desde 3 de Março.
Entretanto, passou mais uma semana, e não morreu mais ninguém. Só supostos doentes e outros “encarcerados” em vigilância. Cada vez em menor número. No dia 23 de Abril havia 173 casos positivos e 508 pessoas em vigilância sanitária (nem sequer com teste positivo mas “encarceradas”). Ontem havia 80 casos positivos e 229 pessoas em vigilância sanitária (“presos sanitários”). Os dados são da autarquia.
Mas a palhaçada continua.
O Governo para mostrar que manda, dá mais um fogacho: requisição civil de casas particulares. Coisa nunca antes vista; apenas um exercício de puro exibicionismo de poder, porventura abuso de poder.
Entretanto, para exacerbar a ideia de se estar a viver um “pesadelo” em Odemira, seguiram em missão especial, há quatro dias, dois secretários de Estado, o vice-almirante Gouveia e Melo, uma deputada, o presidente da ARS do Alentejo e o presidente da ULS do Litoral Alentejano. Visitaram o centro de vacinação de São Teotónio. Depois houve reunião. Por certo para combinarem até quando a palhaçada deve continuar. E nós a pagar bilhete.